quarta-feira, 26 de agosto de 2009

CRESCIMENTO SEM QUALIDADE

Recentemente uma revista secular de grande circulação nacional, em sua edição de 25 de maio, ao focar uma extensa reportagem sobre como seria o Brasil em 2020, na parte reservada ao aspecto religioso, constata-se que a população brasileira será majoritariamente evangélica. Segundo os censos periódicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 1991, os evangélicos eram 1,3 milhões, o que representava à epoca 8,9% da população brasileira. Em 2000, os evangélicos dobraram de seguidores: 26,1 milhões representando exatamente 15,45% dos brasileiros. Hoje, estima-se que haja 46 milhões de evengélicos em nosso país, o que significa 24% da população. Apesar desse crescimento vertiginoso, não temos muitos motivos para comemorar, isto porque, na mesma reportagem, os prognósticos de analistas seculares (antropólogos, sociólogos, teólogos e cientista da religião) entrevistados pela revista, destacam não ver algo ruim esse crescimento do povo evangélico (bom seria se fosse porque estamos moralizando o país). Segundo eles essa massa de fiéis estão cada vez mais flexiveis quanto às questões morais. Asseveram que "os evangélicos não vão apenas mudar a sociedade brasileira. Eles mudarão com ela" (prato cheio para os ideais mundanos e imorais dos nossos dias). Essa leitura leva-nos a fazermos uma análise reflexiva acerca do nosso papel enquanto povo de Deus nesse mundo, visto que fomos chamados para não nos conformar com esse mundo, mas transformá-lo pela renovação do nosso entedimento (Rm 12.2). É inegável que esse crescimento significativo, ano após ano, vem empurrado pelo surgimento, todo dia, de novas igrejas apresentando um evangelho fácil. Um evangelho sem consequências aos atos praticados, tentando formatar as irrevogáveis doutrinas bíblicas às condutas inerrantes do mundo. Isso configura claramente um crescimento quantitativo em detrimento do qualitativo. Prega-se em nossos dias um "Deus" que "fecha os olhos" ao que o individuo faz ou é, arrebanhando muitos para dentro da igreja sem experimentar um novo nascimento em Cristo Jesus. Isto é, dizem-se servindo a Deus, contudo, seus atos, pensamentos e anseios estão, ainda, firmados com as práticas anticristãs, proliferando um mistura maligna entre o Corpo de Cristo (a Igreja) e os deuses estranhos. Essa dura realidade traz confusão ao indouto quanto ao que é ser evangélico e o que não é. O Pastor Elienai Cabral, líder da Assembléia de Deus em Sobradinho (DF), relata sabiamente os motivos dessa mistura do sagrado com o profano, na edição de agosto 2009 do períodico assembleiano Mensageiro da Paz, numa reportagem sobre o assunto: "Creio que o principal problema foi a falta de ênfase na doutrina bíblica. Não foi meramente a mudança de costumes, mas o esvaziamento doutrinário. A perda da identidade da igreja não se restringe apenas à questão de costumes. Acho que isso tem o seu lugar, mas não é o principal problema, não é o ponto zero da questão. O ponto é essa abertura doutrinária, alguns valores que marcaram o modo de vida dos pentencostais e que deveriam ser mantidos, mas não o foram por todos. Muitos pastores no Brasil manifestaram o desejo de crescer, de observar as suas igrejas se destacarem, então começaram a fazer concessões, a fazerem vistas grossas para alguns detalhes" (..). Diante dessa criteriosa leitura do que está acontecendo, lembro-me da reflexiva canção "O QUE NA VERDADE SOMOS", interpretada pela Banda Gospel Fruto Sagrado, onde diz: "Não há mais segredos pra enconder. Por que complicar a verdade? Que adianta apontar o caminho e seguir outra direção? Quando o mundo tenta nos enxergar, será que ver o que realmente somos?... Se a verdade é tão simples, onde erramos? Ou o que dexamos de fazer? Se não há mais segredos, por que complicamos? Poucos entendem a verdade! ... O que na verdade somos? O que você vê quando me vê? Se o mundo ainda é mau o culpado está diante do espelho! O que na verdade somos? O que você vê quando me vê? Pra que serve a luz que não acende? Não ilumina a escuridão.

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