segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ricas qualidades, Pobre decisão!

Durante o seu ministério público e terreno o Senhor Jesus teve contato com diversas pessoas, principalmente com aqueles que Ele escolheu para o auxiliar: os discípulos. Ele sempre estava rodeado de pessoas, as quais recorriam a Ele a fim de receber cura para o físico e também para alma, pois, proferia palavras sábias e profundas, que transformavam a vida daqueles que guardavam e as praticavam. No capítulo 19, Mateus relata o diálogo interessante de Jesus com um Jovem que o procurou.
Jesus acabara de chegar na Judéia (Mt 19.1), e logo de cara foi importunado pelos fariseus (sempre os fariseus!!), que o questionou acerca do divórcio, aos quais respondeu, como sempre, com firmeza e autoridade que Lhe era peculiar (Mt. 9. 3-12). Logo em seguida repreendeu seus discípulos que estavam impedindo das crianças se aproximarem de Jesus.
Após estes episódios, vem o interessante diálogo a qual citei. Um jovem vai encontro do Mestre e lhe faz questionamentos. Ele era dono de muitas propriedades e queria saber acerca da vida eterna. Este é o famoso "jovem rico" que muitos conhecem do relato bíblico, pois, preferiu sua riqueza do que a Jesus; preferiu continuar vivendo uma vida superficial baseada nos bens materiais. Deu as costas pra Jesus. Pobre jovem rico!
Contudo, apesar do indiscutível erro que o moço cometeu, quero destacar três qualidades positivas dele. Isso mesmo! Três qualidades positivas deste jovem, que servem como exemplo. Infelizmente, sua decisão depois do diálogo, é que não dá, de maneira alguma, para seguir.
Pois bem. No versículo 16, do capítulo 19, do livro de Mateus, relata-se que o jovem se aproximou de Jesus e lhe fez uma pergunta. Ele teve a iniciativa de se dirigir até a Jesus. Saiu da sua posição de conforto e foi até o Mestre. Aí está a primeira qualidade: ele foi ao encontro de Jesus. Hoje vivenciamos a época do "moneycentrismo", isto é, o dinheiro, bens e conquistas materiais como centro da vida. Muitos hoje são norteados pelo capitalismo e consumismo selvagens do presente século. E até mesmo crentes esqueceram-se das coisas que são de cima e estão apegados às coisas terrenas. Isto fatalmente afasta o homem de Deus, haja vista não haver possibilidade de servir a dois senhores: a riqueza e Deus. O homem acaba ocupando-se inteiramente em faturar, em crescer, em desenvolver-se, em adquirir bens materiais tantos quanto puderam comprar e deixam a vida espiritual relegada a segundo plano. Não estou aqui fazendo apologia a pobreza, a mesquinhez, nem tampouco julgando pecado ser rico ou adquirir riquezas. Não! Estou alertando o perigo de tornar como prioridade a prosperidade nesta terra. E isto está ocorrendo até mesmo em muitas  denominações, através dos atuais ensinamentos triunfalistas, deixando o ensino da cruz para o ensino do céu terreno. "Mas, buscai primeiro o reino de Deus, a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). Soa tão atual, não é verdade? Mas, foram proferidas pelo Senhor Jesus há mais de dois mil anos atrás, alertando àqueles que estavam inquietos com o dia de amanhã, como iriam vestir e também comer. Creio nesta palavra! Quando o reino de Deus é prioridade na vida, as coisas que precisamos Ele supre no momento e na medida certa. Vamos ao encontro do Mestre! Procuremos o Mestre rompendo em meio a multidão para ouvi-lo, assim como fez aquele jovem. Nada de trocar as bolas: primeiro Deus, depois vem emprego, faculdade, casa, carros, carreira....
Ao procurar Jesus o jovem lhe questiona: "Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? Aqui está a segunda qualidade positiva: ele queria chegar aos céus. Já não se fala tanto em céus em nossos dias como antes. Parece que muitos crente estão preferindo a terra do que os céus. Parece exagero, mas infelizmente não é. A tempos eu ouso uma explanação bíblica, principalmente em cultos públicos, falando sobre os céus ou vida eterna. Parece que Jesus não vem mais. Mas Ele vem! Por mais que alguns tenham a promessa por tardia (2 Pe 3.9). Escrevendo aos irmãos em Roma, Paulo assevera que devemos gemer em nós mesmos esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo (Rm 8.23). Este ardor está ausente em muitos corações, consequências do apego as coisas terrenas conforme já descrevi. O escritor aos Hebreus alertou que não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir (Hb. 13.14). Há nos céus riquezas eternas e infindáveis, por que nos prendermos a riquezas finitas e perecíveis desta terra, onde traça e ferrugem consomem? Não troque o certo pelo duvidoso. Almeje a vida eterna, assim com aquele jovem.
Por fim, a terceira qualidade positiva daquele jovem está no versículo 20. Depois de Jesus o recomendar que guardasse os mandamentos, ele respondeu: "Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade". Sua terceira qualidade: ele conhecia e guardava os mandamentos. Na Bíblia Sagrada encontramos os mandamentos divinos para uma vida de acordo com a vontade de Deus. Muitos negligenciam a leitura deste livro sagrado, desconhecendo assim, os mandamentos divinos. Alguns, lêem, mas não praticam. Tornam-se reféns de sutis e grosseiros ensinamentos acerca das coisas espirituais, pensando que estão no caminho certo, mas no fim são caminhos de morte. A meditação na Palavra de Deus nos sustenta, nos dá coragem, capacidade e autoridade para respondermos com mansidão e temor a qualquer que nos pedir razão da esperança que há em nós (1 Pe 3.15).
Aquele jovem não permitiu que as palavras de Jesus encontrassem guarida em seu coração, a fim de transformá-lo, mudando o foco de sua vida das riquezas para o amor a Deus e ao próximo. As riquezas não preenchiam seu coração, por isso sentia-se vazio (Mt 19. 20). Exteriormente era rico. O outros viam no exterior um jovem de posses. Jesus o viu no interior: vazio e preocupado com as coisas efêmeras da vida. Por isso, apesar de suas ricas qualidades aqui apresentadas, sua decisão foi pobre. Continuou sendo um jovem rico pobre!

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