sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Neymar Crucificado!




Polêmica: capa de revista traz Neymar crucificado como Cristo

 Nesta semana, a revista Placar anunciou a capa da edição de outubro e gerou polêmica antes mesmo de chegar às bancas. A revista mostra uma fotomontagem com o jogador Neymar crucificado, o que, naturalmente, levou muitas pessoas a relembrarem da cena bíblica de Jesus Cristo.
Após a grande repercussão, a publicação se pronunciou nesta quinta-feira (27) e pediu desculpas “a quem se sentiu ofendido”, explicando que “em nenhum momento foi intenção ferir a religiosidade de ninguém”.
Na nota, a Placar reitera o respeito pelas diferentes crenças e a defesa da liberdade de praticá-las. No entanto, ressalta que estão “falando exclusivamente de futebol” e explica que a fotomontagem não é uma referência específica à crucificação de Jesus.
“Vale esclarecer que a analogia da fotomontagem é com a crucificação como método de execução pública praticado antigamente. Como mostra a reportagem, Neymar vem sendo ‘apedrejado’ publicamente com a pecha de ‘cai-cai’. O maior jogador brasileiro, ícone da arte no esporte, virou, para muitos, o símbolo da dissimulação, da tentativa de burlar as regras do jogo. Ele cometeu e comete suas falhas, mas ficou com uma imagem de ‘criminoso esportivo’”, diz a Placar, que promete que a matéria será ainda mais esclarecedora em relação à posição adotada pela revista para falar do jogador.
Maurício Barros, diretor de redação da Placar, falou à Imprensa sobre a polêmica. Ele explica que a ideia da fotomontagem surgiu de uma discussão sobre o fato de Neymar estar sofrendo uma espécie de “linchamento moral” por ter a fama de simular faltas.
“Isso (essa fama do jogador) foi reforçado pelas redes sociais, pelas atuações dele na Seleção Brasileira. Percebemos que estava havendo uma inversão de valores. Como é que o jogador que é o mais caçado nos jogos, vira um ícone do ‘jogo sujo’? Pode até ser que ele exagere em algumas faltas, mas e daí? Entre exagerar em algumas faltas e virar símbolo de um jogador que quer ludibriar as regras do jogo existe uma distância muito grande”, afirmou.
Sendo assim, Barros conta que a Placar se propôs a discutir, entre outros aspectos, a simulação no futebol e, naturalmente, Neymar virou o personagem principal.
A Placar já esperava uma grande repercussão com a capa da edição de outubro. “Sem dúvidas esperávamos essa repercussão. Quando mexemos com questões sensíveis como essa as pessoas reagem, faz parte do jogo e da democracia”, afirmou Barros. No entanto, ele destaca que, embora o crucificado mais famoso tenha sido Jesus, “Neymar não está retratado como Jesus Cristo, nem de longe”, na fotomontagem feita pela revista em sua capa.
Extraído do Verdade Gospel.

CNBB: Repúdio à capa da Revista Placar

CNBB repudia capa de revista que mostra Neymar como Jesus Cristo


Entidade diz que escolha é ‘perigosa’, em momento de violência no mundo por uso ‘inadequado’ de figuras religiosas.

Capa da revista Placar Foto: Reprodução

BRASÍLIA - A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira uma nota de repúdio sobre o uso de uma foto do jogador de futebol Neymar, do Santos, como Jesus Cristo na cruz, na capa da “Revista Placar”, em sua edição de outubro. A foto, divulgada na quarta-feira, não agradou à entidade. Dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, afirmou hoje que a entidade não irá tomar nenhuma medida sobre a escolha da publicação, mas que decidiu manifestar repúdio.
- Uma capa desse estilo é uma agressão à liberdade da torcida - disse d. Steiner. - Nossa preocupação é não deixar passar em branco - afirmou o secretário da CNBB.
Steiner afirmou que a CNBB identificou que foto é uma montagem, e que não sabe Neymar tinha consciência de como a revista iria usar sua imagem e concordou com a escolha da revista.
Em nota, a Confederação afirma que a fotomontagem causou “profunda indignação” e extrapolou os limites da liberdade de expressão. Eles afirmam também que o uso da imagem mostra desrespeito.
“Reconhecemos a liberdade de expressão como princípio fundamental do estado e da convivência democrática, entretanto, que há limites objetivos no seu exercício. A ridicularização da fé e o desdém pelo sentimento religioso do povo por meio do uso desrespeitoso da imagem da pessoa de Jesus Cristo sugerem a manipulação e instrumentalização de um recurso editorial com mera finalidade comercial”, afirmou a CNBB.
A entidade ainda mencionou os conflitos gerados em países muçulmanos após a divulgação de um vídeo que parodia o profeta Maomé.
“A publicação demonstrou-se, no mínimo, insensível ao recente quadro mundial de deplorável violência causado por uso inadequado de figuras religiosas, prestando, assim, um grave desserviço à consolidação da convivência respeitosa entre grupos de diferentes crenças”, afirmou a CNBB, em nota assinada pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, e por Steiner.
A imagem escolhida pela revista ilustra uma reportagem “A crucificação de Neymar”, sobre a fama do jogador de tentar cavar faltas, caindo muito em campo, e se tornando “bode expiatório” em um esporte em que isso seria prática comum entre os jogadores.


Fonte: O Globo.


domingo, 23 de setembro de 2012

Sem Religião: Salvador em 3°. lugar


Salvador está em terceiro lugar entre os sem religião

Lúcio Tavora -   Ag. A Tarde
A jornalista Driely, que é casada com o evangélico Eonives, se declara sem religião
A variedade de igrejas, templos, terreiros e a diversidade de crenças conferiram a Salvador o status de cidade marcada pela religiosidade. No entanto, dados do Censo demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram que a cidade é a terceira capital do Brasil com maior número de pessoas que se declaram sem religião.
Em 2000,  eram cerca de 443 mil. Dez anos depois, 471 mil, o que corresponde a 17,64% da população da capital e a um crescimento de 6,4 %. O índice que ainda supera o percentual baiano e brasileiro.  A capital está atrás apenas de São Paulo, em primeiro lugar, com cerca de 965 mil pessoas, e Rio de Janeiro, com 792 mil. No Brasil, os sem religião já são 8% da população. Na Bahia, este número passou de 1,4 milhão  em 2000  para 1,6 milhão  em 2010, o que corresponde a cerca de 12% de toda a população baiana.
O antropólogo Ordep Serra vê com naturalidade os números apresentados. Para ele, o panorama religioso da Bahia tem mudado com os anos e estes números resultam de uma tendência da atualidade. "Não podemos mais tomar como base as formas de fé do passado, quando existiam perseguições e o preconceito predominava", explicou.
Serra acredita que  ainda hoje  parte da população omita a real religião temendo represálias e preconceito. "Vivemos hoje em um País mais livre, mas existem casos de perseguição religiosa. Muitas pessoas ainda escondem, ou por timidez ou por medo de iniciarem uma discussão a respeito".
Omissão -  O antropólogo afirma ainda que o índice não indica, necessariamente, a falta de religiosidade por parte dos entrevistados na pesquisa. "Muitas pessoas preferem dizer que não têm religião. Outras, até fazem parte de alguma prática religiosa mas não querem ter o compromisso de declarar fidelidade a esta determinada crença", explicou Serra.
Para o professor do Departamento de Antropologia e diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao-Ufba), Jocélio Teles dos Santos, os números representam o afastamento das pessoas do modelo tradicional de religião. "Considero um fenômeno da modernidade. Atualmente, pode-se assistir a uma missa, frequentar um terreiro de candomblé, ir a um ritual de umbanda, conhecer um culto na Igreja Evangélica sem estar vinculado a nenhuma destas religiões, sem ser obrigado a segui-las pelo resto da vida", afirmou.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ator Americano diz que recebeu o Espírito Santo



Denzel Washington: leitura diária da Bíblia
Ator cristão de Hollywood diz que sucesso é fruto de sua fé
Em entrevista recente a uma revista norte-americana, o ator Denzel Washington (de “O Livro de Eli” e “Um Grito de Liberdade”), declarou que sua vida mudou radicalmente depois que recebeu o Espírito Santo. Contou também que lê a Bíblia todos os dias, hábito que o ajuda muito em todos os aspectos.

O protagonista de filmes como “Um Anjo em Minha Vida”, “Deja Vu” e “Duelo de Titãs” diz que recebeu o Espírito de Deus durante uma pregação de seu pastor, na igreja que frequenta há mais de 30 anos. Relata que sua vida nunca mais foi a mesma desde aquele dia. Na experiência, que descreve como “tremenda”, relata que já percebeu uma grande diferença nele mesmo, a ponto de declarar à sua mãe o que estava acontecendo naquele momento. “Você está sendo preenchido pelo Espírito Santo, meu filho”, disse ela. Passou a ler a Palavra Sagrada diariamente, hábito do qual não abre mão.

Washington, com 57 anos, começou sua carreira em 1977 e já integrou o elenco de mais de 50 filmes para cinema e televisão, além de ter produzido cinco (“O Livro de Eli” entre eles) e dirigido dois. Ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante em 1989 por seu papel de soldado da Guerra da Secessão em “Tempo de Glória”, em que contracenou com Morgan Freeman e Matthew Broderick. Em 2001, foi a vez do Oscar de melhor ator, por “Dia de Treinamento”. Já foi indicado muitas outras vezes pela Academia de Hollywood e ganhou vários outros importantes prêmios do cinema. É tido pelo público e pela critica especializada como um dos melhores atores da atualidade.

Sempre que possível, o ator declara publicamente sua fé cristã e se considera um homem muito abençoado. Em uma entrevista anterior, ele disse que a espiritualidade influencia todos os aspectos de sua vida, inclusive em sua carreira de sucesso. “Por isso estou onde estou”, revela.


Leilão de Virgindade


Polêmico: brasileira larga os estudos e leiloa sua virgindade na internet

Catarina, 20 anos, natura de Santa Catarina, resolveu leiloar a virgindade na internet, por meio de um documentário australiano. Os lances começaram nesta segunda-feira (17) e já ultrapassam a marca de R$ 200 mil (US$ 100 mil dólares australianos).
Ela sonhava ter a primeira experiência sexual com um grande amor, porém cansou de esperar. A jovem trancou a faculdade de Educação Física para participar do projeto de um documentário chamado Virgins Wanted (Procurando virgens) idealizado pelo diretor australiano Justin Sisely.
“Vejo isso como um negócio. Tenho a oportunidade de viajar, fazer parte de um filme e conseguir uma gratificação com isso”, disse a garota.
O valor do lance vencedor ficará com a estudante, além dos 20 mil dólares australianos (R$ 42,6 mil) que recebeu ao assinar o contrato. O projeto, que enfrenta problemas na Austrália por causa das leis relacionadas à prostituição, teve sua primeiras filmagens no Brasil.
O tal documentário, terá uma hora e meia e contará com a participação de um rapaz russo de 23 anos, que também está leiloando a virgindade.
Os lances estão sendo feitos no site que leva o nome do projeto e para participar os interessaados precisam apresentar exames médicos e fichas policiais. Além disso, os vencedores não podem beijar os virgens, realizar fetiches ou fantasias eróticas, nem usar acessórios durante a atividade sexual.
Ingerir bebida alcoólica também não é permitido. Um certificado de consumação do ato será entregue ao comprador. É proibido convidar outras pessoas para a relação. O leilão termina dia 15 de outubro.
Atualmente o documentário está sendo rodado em Bali, na Indonésia.

Crescimento X Qualidade?

Crescimento evangélico motiva olhares diferenciados

Com base nos números do último Censo, as avaliações sobre ocrescimento  evangélico no Brasil divergem. Eufóricos preveem que em 2020 esse segmento religioso representará 52,2% da população brasileira. Outros situam o teto máximo de crescimento em 35%.
As pessoas têm mais liberdade, hoje, "para escolher e combinar diversas opções em seu próprio cardápio religioso, como num balcão de comida a quilo", uma espécie de "privatização" do religioso. 

Mas só "PAPAI E MAMÃE" e de luz apagada?


Dani Marques

"Além do tradicional 'papai e mamãe', posso fazer amor com meu cônjuge em outras posições?" Esta é mais uma dúvida que paira na mente de muitos cristãos. Não sou eu quem vou dizer o que vocês devem ou não fazer na cama, afinal, "feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova", mas através de alguns esclarecimentos, posso dizer o que estão perdendo. Seguindo a lógica de Romanos 13:8-9, qualquer mandamento se resume ao amor. Ou seja, se pratico o amor, estou cumprindo a lei. Então, não há nada de errado em transar em outras posições se eu deixar de lado o egoísmo e buscar satisfazer o meu cônjuge. Bom, eu poderia terminar o texto aqui, mas acho interessante entrar em alguns outros detalhes.

Um deles é a hipocrisia. Algumas religiões não permitem que o marido veja a esposa nua e vice-versa, inclusive, muitos usam aquele famoso lençol com um buraco no meio para fazer amor. Sem contar os milhares de líderes religiosos que condenam qualquer outra posição sexual que não seja o tradicional "papai e mamãe". E onde entra a hipocrisia? É que muitos desses homens mergulham na masturbação e pornografia para satisfazer seus desejos reprimidos (sem contar os que recorrem à prostituição), e muitas esposas passam a vida inteira fantasiando e sonhando com um sexo de verdade. E o pior: não existe nenhuma justificativa Bíblica para tal comportamento. Muito pelo contrário! O livro de Cânticos, por exemplo, é uma ode ao sexo entre homem e mulher!

A Bíblia é clara quando diz lá em 1 Coríntios 7:4-5 que o meu corpo pertence ao meu esposo e o corpo dele pertence a mim. Ou seja, meu corpo deve satisfazer todas as suas necessidades e o dele, as minhas. Existe coisa melhor do que poder realizar os nossos desejos sexuais com a pessoa que mais amamos? E melhor, sem sentir culpa?
Lembrando que nessa questão também entra a regra do amor: se houver egoísmo e falta de amor, o que era pra ser gostoso vira pecado.

Quando um homem encontra sua mulher e a mulher o seu homem, tudo deveria acontecer na maior naturalidade. O anormal é ver casais que não se amam, não se desejam e não se gostam, transando para “cumprir as Escrituras”, e depois, levantam da cama cheios de culpa, medo e neurose. A Bíblia não conhece pudores dentro de um quarto onde existe amor de verdade. Pecado é a "objetização" do sexo. É praticá-lo sem amor e sem desejo. Aí está o erro, ou melhor, o desperdício!

Sobre as posições sexuais, a verdade é que muitos casais se acomodaram com o tradicional "papai e mamãe". Mas qual é o problema nisso? Nenhum! Se os dois estão satisfeitos e não se interessam por outras posições, sejam felizes! O que não pode é fazer dos seus gostos e desgostos pessoais regra pra vida de ninguém: "Papai e mamãe pode, mulher por cima pode, mas sexo em pé é pecado!" Ah! Faça-me o favor! Esposa, seu marido provavelmente escolherá o "papai e mamãe" cem vezes em cem se perceber a sua satisfação, em vez das posições mais atléticas se suas reações estiverem transmitindo insatisfação.

Mas infelizmente, muito embora esta posição ofereça o maravilhoso benefício do contato face e face e corpo no corpo, ela não proporciona a melhor estimulação para a mulher, a não ser que se façam alguns ajustes para encontrarem o ponto certo: o ponto "G". Como para a grande maioria dos homens a posição sexual não está diretamente relacionada a estimulação que leva ao clímax (ao contrário da mulher), é interessante que você, esposa, teste e sugira algumas posições, até encontrar aquelas que mais te estimulam. Você pode gentilmente assumir o controle da velocidade, da direção, do momento, das posições e da profundidade dos movimentos dele. De modo geral, o homem gosta quando a mulher toma a iniciativa para obter o que deseja. Uma esposa que esteja visivelmente satisfeita com o sexo, é uma das experiências mais excitantes que qualquer homem pode ter!

Existem também aquelas posições que favorecem algumas situações, como quando a esposa está grávida, o marido é muito "bem dotado" (a mulher pode se machucar dependendo da posição) ou o casal está com pressa. Vocês precisam se sentir a vontade dentro do seu "reino", mas a liberdade e intimidade na cama só se conquista quando existe intimidade no relacionamento. A conversa aberta e franca é essencial. Para a maioria dos homens não importa onde e como a esposa quer fazer sexo. Se ela estiver disposta, eles também estarão! Mas para a grande maioria das mulheres não funciona assim. Dependendo do humor feminino, uma posição pode ser ofensiva e outras, acabam com o desejo instantaneamente. Marido, não esqueça que para a mulher o sexo está intrinsecamente ligado à emoção.

E pra finalizar, o seu desejo deve estar no seu cônjuge e não na posição em si. Digo isso porque muitos casais ficam viciados em algumas posições e se esquecem que não é a posição em si que resulta num sexo gratificante, mas sim o que você faz através dela. Se o seu desejo for o de agradar o seu cônjuge, satisfazê-lo e transmitir o amor que sente por ele, até canguru perneta vale! Diversificar as posições é como a cereja do bolo: faz o que já era muito bom ficar ainda mais gostoso! E lembre-se: a melhor posição nunca será substituta de um relacionamento saudável. Sexo tem a ver com a qualidade de toda sua vida amorosa e não com o intrincado alinhamento de seus corpos.

Ah! Só mais um conselho: a não ser que vocês sejam um casal de ginastas, não tentem a lei da gravidade e não abusem da elasticidade, para não correrem o risco de transformar uma linda noite de amor em tragédia!

Tenham um bom sexo!


Publicaod no Genizah.

O bom cheiro e o meu cheiro




Fãs enlouquecidos estão revoltados comigo. Eles defendem o ato profano — de interpretação dúbia — de cheirar a Bíblia como se fosse cocaína. Chamando-me de religioso, fariseu, etc., argumentam: “Não importa como o Evangelho é pregado, mesmo que seja com fingimento”. Ora, quem diz isso está torcendo Filipenses 1.18. Por quê?

Porque, na aludida passagem, o apóstolo Paulo, preso na cidade de Filipos, se referiu aos opositores do Evangelho, isto é, os judeus que o acusavam perante tribunais de Roma. Ao acusarem Paulo, tais inimigos do Evangelho eram obrigados a dizer que ele estava pregando sobre a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.

Eles tinham de afirmar que, para o apóstolo Paulo, Jesus estava acima de César, visto que o título de Senhor, à época, não implicava apenas senhorio. O imperador romano, como senhor de Roma, era adorado. E, nesse caso, Jesus, como Senhor, também era adorado pelos cristãos, tomando o lugar de César. Ou seja, os judeus que acusavam Paulo estavam, com isso — indiretamente —, pregando o Evangelho! E o apóstolo se regozijava com esse resultado, a despeito de sofrer por amor a Cristo.

Segue-se que a frase “Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira” (Fp 1.18) não deve ser empregada de modo generalizante, a fim de afirmar que os crentes, hoje, podem usar todos e quaisquer meios para propagar o Evangelho. Cheirar a Bíblia como se fosse cocaína é uma aberração, uma profanação, uma sandice — repito. Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm ou edificam (1 Co 6.12; 10.23). A Bíblia diz, inclusive, que devemos fugir da aparência do mal (1 Ts 5.22).

Mas o problema maior é o tipo de cristãos que o evangelho-show, o da “loucura sem limites”, tem produzido. São pessoas — a maioria jovens — que se comportam como fãs enlouquecidos de seus ídolos. Eles se dizem transformados pela pregação do pregador fulano de tal, porém não agem como discípulos de Cristo, que andam como Ele andou (1 Jo 2.6). Xingam, usam linguajar mundano, ameaçam, mostram-se revoltados, como se fossem militantes extremistas, tudo para defender os seus ídolos.

Em 2 Coríntios 2.15 está escrito: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem” (ARA). Bom cheiro de Cristo, aqui, alude a pregação da verdade, influência positiva, boa conduta, autoridade, postura exemplar, linguagem sã e irrepreensível, idoneidade, etc. Quando os salvos têm compromisso com o Evangelho e um bom testemunho, sabe o que acontece? Deus, por meio do seu povo, “manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento” (v.14).

Como já disse, neste blog, quando pregamos um “evangelho pop”, um “evangelho extravagante”, um “evangelho louco”, produzimos “cristãos pop”, “adoradores extravagantes”, “evangélicos loucos”. Entretanto, à luz da Bíblia, não devemos ser loucos! É o mundo que nos considera loucos, quando pregamos a Palavra da cruz, o Evangelho puro e simples (1 Co 1.18). O homem natural, que não compreende as coisas do Espírito, considera loucura as “coisas do Espírito de Deus” (1 Co 2.14).

“Qual é o problema em cheirar de Bíblia, pastor Ciro?”, alguém poderá perguntar. Sinceramente, o problema não está em cheirar a Bíblia, propriamente. Eu mesmo gosto do odor das páginas dos livros, especialmente os novos. O problema está no mau exemplo de cheirar o Livro Santo como se fosse uma droga. Por outro lado, tenho tomado esse episódio profano e deplorável do pregador (pregador?) que cheirou a Bíblia como se estivesse cheirando cocaína — que é apenas a pontinha do iceberg, no mundo das invencionices gospel — para enfatizar que o evangelho-show não é o Evangelho da cruz de Cristo e, por isso, tem exalado um mau cheiro neste mundo.

Amém?

Ciro Sanches Zibordi

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cheirar a Bíblia, como se fosse cocaína, é mais que profonação




Interessante como tem gente achando bonita a atitude de um pregador que cheirou a Bíblia como se fosse cocaína. O autor dessa façanha está sendo considerado uma grande celebridade gospel, alguém que tem a coragem de quebrar paradigmas!

Que maravilha! Creio que o próximo "ato exemplar" do tal pregador (pregador?) será o de cortar uma Bíblia em várias partes e "fumar" cada pedacinho em um cachimbo, como se fossem pedras de crack. Meu Deus, o teu povo perece por falta de conhecimento!

Alguém argumentará: "Isso é ótimo, pois atrai a juventude perdida, afundada nas drogas". Pois é... Esse é o problema. Apresentamos um "evangelho pop", um "evangelho louco", um "evangelho extravagante", à juventude do mundo. E formaremos "cristãos pop", "evangélicos loucos", "adoradores extravagantes". Devemos, então, agir como os religiosos dos tempos em que o Mestre andou na terra? Em razão de eles apresentarem uma mensagem falsa, porém atraente, tornavam os perdidos duplamente réus do Inferno.

Ora, temos de pregar a verdade como ela é e apresentar Jesus como Ele é. O Senhor, que não obriga ninguém a segui-lo, afirmou: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lc 9.23). A porta para a salvação em Cristo é estreita, e o seu caminho não é largo (Mt 7.13,14). Jesus ofereceu facilidades ao jovem rico que queria segui-lo? Não. Disse a ele que deveria guardar os mandamentos e deixar tudo o que tinha.

Eu até entendo que haja a necessidade de fazer alguma contextualização na pregação do Evangelho, a fim de alcançarmos jovens e adolescentes. Mas tudo tem limite. Cheirar a Bíblia, como se fosse droga, é uma profanação, uma sandice, um despropósito, uma agressão ao Evangelho. Até o apresentador Datena achou aberrante a foto em apreço e disse, em seu programa de TV: "[Cheirar a Bíblia, como se fosse cocaína] é uma profanação da Palavra de Deus. Se o cara faz isso com o Alcorão, degolam o cara".

Mas a foto em apreço é mais do que profana. Para quem conhece um pouco de propaganda subliminar multimídia, a imagem acima é dúbia e também faz apologia ao uso de drogas, de modo subjetivo. Ela sugere, subliminarmente, que ler a Bíblia é tão bom quanto cheirar cocaína.

Diante do exposto, pregar um evangelho-show, contextualizado ao extremo, com "visual descolado", cheirando Bíblia como se fosse cocaína, é fácil. Mas Deus procura pregadores que têm coragem de pregar o Evangelho puro e simples, o qual confronta o pecado e incomoda o pecador.

Ciro Sanches Zibordi


"Este é o meu candidato amado, em quem me comprazo!"





Hermes C. Fernandes


Que lástima! Às vésperas das eleições, a igreja brasileira se vê completamente dividida. Amizades antigas foram rompidas. Alianças vergonhosas foram engendradas. E quem quer que ainda tenha algum brio, sente-se profundamente frustrado com tudo isso.

Afinal, de quem Deus Se tornou “cabo eleitoral”? Será que Ele Se disporia a bradar do céu: "Este é meu candidato amado, em quem me comprazo... votem nele!"?

O fato é que há muita coisa em jogo! Poder, prestígio, promessas de concessão de rádio e TV, cargos, e… grana, muita grana. Em nome disso tudo, pastores vendem a alma ao diabo. Vale tudo para angariar os votos dos fiéis. Até usar o santo nome do Senhor em vão.

É claro que como cidadão, tenho simpatia por algumas candidaturas. Mas reivindico o direito de ficar calado. Como líder de uma igreja, tenho a obrigação de manter-me discreto durante o processo eleitoral. Meu papel é estimular o povo à reflexão e ao voto consciente, mas sem jamais tentar manipulá-lo para que vote no que considero a melhor candidatura. Não adianta pressionar. Não manifestarei meu voto, senão, na urna.

O fato de não apoiar uma candidatura não me dá o direito de sair por aí difamando-a, como tenho visto por parte de muitos líderes. Mentiras têm sido espalhadas a partir de púlpitos. Canonizaram Maquiavel! A liderança evangélica brasileira se promiscuiu.


Trocaram a bênção de Deus por um prato de lentilhas podres. Sinto náuseas só em pensar…

Lembro-me das eleições em que a Igreja Universal apoiou Fernando Collor de Mello em troca de concessões de TV. Os pastores levavam cartazes do Lula para seus púlpitos e pediam que o povo estendesse as mãos e orasse aos gritos de “queima, Jesus!” Nos programas de rádio, os pastores perguntavam se as pessoas criam que o bispo Macedo era dirigido pelo Espírito Santo. Quando respondiam que sim, eles retrucavam: Então, se ele diz que devemos votar no Collor, só pode ser por direção do Espírito Santo, certo? Você desobedeceria ao Espírito de Deus? Os anos se passaram, e o tal “espírito santo” parece ter mudado de ideia, e hoje, o que antes era considerado o “diabo barbudo”, tornou-se no melhor presidente que o Brasil já teve (pelo menos, segundo a avalição deles!). Dá pra entender uma coisa dessas?

Pra quê demonizar uma ou outra candidatura? Pra quê incutir na mente fraca de muitos crentes que votar em fulano ou sicrano é o mesmo que trair o Evangelho? Todos eles têm telhado de vidro.

No fundo, no fundo, a questão do aborto e a do casamento homossexual são apenas bois de piranha, usadas para distrair a atenção das massas enquanto outras iniquidades passam despercebidamente. Não estou diminuindo o valor de tais pautas, mas apenas chamando a atenção dos eleitores para outras questões tão importantes quanto. Como diria Jesus, há coisas que devem ser observadas sem que se despreze tantas outras mais importantes. Ademais, tais pautas nada têm a ver com eleições municipais.

Como pastor, quero que o rebanho que o Senhor me confiou sinta-se livre para votar em quem quiser. Dia 7 de Outubro, enquanto milhões de cristãos irão às urnas para votar de acordo com o interesse de seus líderes, nossos irmãos exercerão sua cidadania sem interferência de ninguém.

Vote em quem você quiser. Não deixe que pensem por você. Sua salvação não corre risco por causa disso. Nem há uma maldição destinada para quem votar neste ou naquele candidato. Enquanto caminha em direção à zona eleitoral para votar, louve a Deus pelo privilégio de viver num país livre e democrático.

Viva a Democracia!

domingo, 16 de setembro de 2012

Direitos Autorais: Taxação de Igrejas?


Conheça os fatos. Ignore os boatos: Taxas sobre a adoração? Cobrança de direitos autorais de músicas executadas nas igrejas?


  REDAÇÃO GENIZAH
 DANILO FERNANDES
 JOANA BERTONNE
 MAURA JARDIM 


Começando com um aparte


O tema não é só polêmico. É complexo. E como a maioria das pessoas desconhece os meandros da questão, fala-se muita bobagem. Esta matéria pretende oferecer subsídios a Igreja sobre o assunto. Para tanto, entrevistamos profissionais do setor, pastores, advogados, executivos de gravadoras, políticos e músicos.

É difícil começar a tratar do assunto sem expor a chaga moral, o ataque leviano à boa práxis cristã subjacente a proposta de obtenção de lucro no ato do louvor ao Senhor Deus no ambiente da adoração congregacional– na igreja, enfim. E, sem confundir ou negligenciar, de forma alguma, o direito que os autores cristãos têm sobre as suas obras quando usadas para fins comerciais na forma de livros, CDs, DVDs, na mídia, shows e quaisquer outras visando lucro - não há nenhuma imoralidade em ser remunerado pelo seu trabalho - achamos necessário, já de inicio, conceder um aparte na direção moral do tema, antes de tratar das questões técnica, legal, política e comercial envolvendo o debate.

O aparte é “involuntário” da parte do autor, uma licença jornalística de nossa parte ao recorrer a ótima opinião emitida por Walter McAlister em seu site acerca da cogitação de cobrança às igrejas pelo uso de canções usadas na adoração. Sobre o tema, McAlister se manifestou informando que as suas congregações foram notificadas a pagar direitos autorais pela execução de músicas de “louvor” nos cultos. Tal cobrança, a exemplo da prática adotada pelo ECAD, envolveria o cálculo de um "imposto", segundo o número de membros da igreja e a frequência aos cultos. O autor da referida notificação seria, segundo o bispo, uma organização chamada Christian Copyright Licensing International Brasil (CCLI - Brasil).

“Soube hoje que as Igrejas Cristãs Nova Vida, da qual sou o Bispo Primaz, foram notificadas de que teriam de pagar direitos autorais pela execução de músicas de “louvor” nos seus cultos. Cada uma de nossas igrejas ficaria, assim,responsável por declarar o número de membros e a frequência aos seus cultos, para que fosse avaliado o imposto a ser pago ao Christian Copyright Licensing International (CCLI), sociedade que realiza a arrecadação e a distribuição de direitos autorais decorrentes da execução pública de músicas nacionais e estrangeiras. Por sua vez, o CCLI repassaria o valor devido aos compositores cujas músicas estão cadastradas.” W. McAlister

Em seu artigo, Walter McAlister nos oferece o seu desagravo completo - com o qual, do ponto de vista da moral e da prática cristã, seriamos totalmente solidários, admitindo que, de fato, a pretensão dos artistas cristãos brasileiros, das gravadoras, dos músicos e da CCLI fosse mesmo cobrar de igrejas por direitos autorais pela execução pública de músicas durante a adoração. De fato, considerando a natureza da atividade religiosa, sendo esta devota, piedosa e, portanto, não lucrativa (ao menos para a maioria) tal cobrança é acintosa e a crítica do bispo seria mui procedente. Não vamos aqui “chover no molhado” – o leitor pode acessar o artigo diretamente no site do autor AQUI.

Contudo, será que de fato, há um movimento de artistas, gravadoras, editoras musicais, etc. visando a imposição da prática de cobrança por direitos autorais de músicas entoadas em cultos? E esta organização internacional CCLI está de fato fazendo a referida cobrança?

Genizah, na qualidade de veículo jornalístico destacou três colaboradores para investigar a questão e oferecer a informação isenta ao leitor (Nota do editor: Por mais que o seu editor tenha tido ganas de apanhar as tochas para queimar a rapaziada gospelenta...)



A lei e a prática atual


Hoje vigora no país a lei n° 9.610/1998 que trata dos direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos. Sendo esta, uma atualização de lei anterior ampliando alguns direitos dos autores. Vale destacar alguns aspectos desta lei relativamente ao tema em discussão nas igrejas:

- A lei não concede às igrejas nenhum tipo de tratamento especial. Ou seja, de acordo com o dispositivo legal a execução de músicas nas igrejas (ao vivo ou mecânica) obrigaria o pagamento aos autores das músicas de seus direitos autorais.

- Eventos filantrópicos, públicos (mesmo sem a cobrança de ingressos), realizados em locais públicos ou privados, independentemente de quem os realize – ai incluidos o poder público (governos de qualquer esfera e autarquias); cervejarias; empresas; casas de show; emissoras de rádio e TV; ONGs; templos pró Jesus, pró Iemanjá ou pró Maomé... Não interessa! A cobrança dos referidos direitos se aplica.

O ECAD não tem cobrado contribuições ou fiscalizado igrejas

Apesar da lei permitir, por liberalidade, em decisão tomada em assembleia reunindo representantes das igrejas católica e evangélica e o ECAD, a empresa privada, sem fins lucrativos, que fiscaliza e cobra os direitos autorais em nome dos autores, editores e associações de editores, decidiu não auferir os direitos de músicas quando estas forem executadas dentro de uma instituição religiosa e as músicas se prestem a acompanhar a orações, sermões, etc. O ECAD, até o momento, não manifestou o desejo de mudar a sua política e passar a cobrar igrejas, tão pouco, anda fiscalizando igrejas com este objetivo.

O único conflito envolvendo igrejas e o ECAD, de que temos notícia, refere-se a posição do organismo pela cobrança por direitos autorais em eventos públicos realizados por igrejas – tais como shows gospel, quermesses e outros. Sobre os quais, diga-se, a cobrança é absolutamente justa, pois, se são shows, é entretenimento, logo, não cabe insenção.

Confira no quadro no final desta matéria as principais dúvidas acerca das atribuições do ECAD.


Atuação legislativa


Por ser esta “isenção” dada às igrejas pelo ECAD, uma situação de caráter precário, sendo passível de mudança e, por entender que esta eventual cobrança é imoral e perniciosa, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), ele próprio autor de diversas músicas de louvor de sucesso, apresentou projeto de lei objetivando garantir esta exoneração de cobrança, na forma da lei. Para tanto, nas atividades parlamentares relativas ao projeto, Feliciano tem convocado o ECAD a prestar esclarecimentos sobre a sua atuação e, a fim de obter a devida atenção da organização em questão, chegou, inclusive, a cogitar a instalação de uma CPI sobre o tema. O projeto do deputado é meritório e deve contar com o apoio e incentivo da igreja evangélica, pois daria fim a qualquer tentativa de mercantilizar a adoração.

Sendo assim, cabe perguntar:

- Quem é a Christian Copyright Licensing International (CCLI), a organização notificando igrejas a pagar por direitos autorais?


Entrevistado por Genizah, o deputado pastor Marco Feliciano nos deu detalhes de seu projeto que irá normatizar a execução das músicas cristãs. Quanto a CCLI, o deputado diz desconhecer o embasamento legal sustentando eventuais notificações de natureza judicial (ou não judicial) que esta organização possa estar dirigindo a igrejas com a pretensão de cobrança de direitos de autores.

O deputado Pr. Marco Feliciano está certo. Segundo a lei LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 no seu artigo 99 as associações de titulares de direitos autorais só possuem um escritório central – empresa privada, veja o quadro no final da matéria – para a arrecadação e distribuição, em comum, dos direitos relativos à execução pública das obras musicais e lítero-musicais e de fonogramas, inclusive por meio da radiodifusão e transmissão por qualquer modalidade, e da exibição de obras audiovisuais. Esta empresa é o ECAD e, este, não têm fiscalizado ou cobrado tais direitos de igrejas. Sendo assim, se a CCLI vêm atuando neste sentido, o faz sem base legal para tal. Resta saber, portanto, se a denúncia do bispo Walter McAlister neste ponto é procedente, ou se estamos diante de um grande mal entendido que está gerando uma polêmica prejudicial a milhares de pessoas, com base em um relato equivocado.

“A critica do bispo McAlister em relação ao atual nível de mercantilismo nas igrejas é absolutamente procedente. De fato, mais do que participar do coro, o Genizah, como muitos outros sites apologéticos puxaram este coro! Este é um clamor antigo dos blogueiros e a adesão da maioria silenciosa é até tardia.” – lembra Danilo Fernandes, blogueiro e profissional de marketing. “Contudo é preciso verificar os fatos da critica pontual. É aquela estória da mulher de malandro. O malandro bate na mulher e se acha justo: ‘Eu não sei por que estou batendo, mas ela sabe por que esta apanhando.’ O mercado gospel anda mesmo precisando de uns catiripapos, não faltam motivos para isto. Mas será que a denuncia que está sendo feita tem procedência, para além das boas e justas intenções dos autores? - pergunta Fernandes.”

Zé Bruno: Vendem uma espiritulidade que não existe.
Para o músico e pastor José Bruno, líder da Banda Resgate: “Eu não conheço o bispo, mas li o seu artigo divulgado nas redes sociais e reconheço ali diversas críticas pertinentes. Está na hora de se avaliar certas coisas na direção de moralizar a musica cristã.” Para o Zé Bruno, não é errado que o músico busque o profissionalismo, no âmbito em que este se aplica, mas é preciso separar as coisas e verificar as motivações. “Como quando alguém quer construir uma carreira em cima de espiritualidade que não existe.

Não faltam exemplos desta prática. Pessoas cobrando caches astronômicos, com um agir profissional em todos os termos, mas na hora do show passam a ‘ministrar’, ‘vendendo’ uma espiritualidade falsa.

O camarada diz: Eu vim aqui hoje porque Deus me chamou para derramar uma unção poderosa neste lugar.... Patati Patata... E não é nada disto!”, opina Zé Bruno. “Ele foi ali porque foi convidado e recebeu um cachê. Unção não se vende. Chamamento espiritual não tem preço e não faltam exemplos de pessoas querendo compensar a falta de talento com misticismo e falsa espiritualidade.”


Os fatos


Se o ECAD está se abstendo de cobrar das igrejas direitos pela execução de músicas nas igrejas e temos notícia de que alguns tribunais já deram sentença em contrário a tal cobrança, com base no princípio de liberdade religiosa, a despeito da lei Nº 9.610, então, cabe a pergunta:

- A quem interessaria a cobrança de direitos de músicas executadas no louvor em igrejas?


- Aos autores de música gospel brasileiros? Não.

Os músicos cristãos estão sendo demonizados por alguns críticos de forma absolutamente injusta e leviana. Querem fazê-los de bode expiatório nesta polêmica. Como cristãos, devemos investigar, antes de proceder um juízo. Goste, ou não, de música gospel, o fato é que a maioria esmagadora dos músicos cristãos se opõe à prática de cobrar das igrejas por direitos autorais de músicas entoadas em cultos. Pesando na defesa desta assertiva, o fato dos mesmos terem publicado as suas músicas em editoras cadastradas no ECAD visando a cobrança de direitos em eventos públicos e, tendo o próprio ECAD, com o conhecimento de todos, liberado tal cobrança, apenas uma eventual minoria descontente com esta direção estaria disposta a dar procuração a CCLI para este fim, se fosse o caso desta empresa estar autorizada a realizar esta intermediação. Também não é o caso. Ademais, vale considerar o fato de que a quase totalidade dos autores nacionais de musica gospel é líder de louvor em suas igrejas e, nem de longe, cogitaria cobrar de suas próprias igrejas pelo uso de suas músicas.

Genizah conversou com alguns artistas sobre a polêmica e o máximo que ouvimos, envolvendo algum tipo de reclamação na matéria de direitos autorais, ficou no âmbito do direito moral. Alguns compositores se ressentem do fato de igrejas "esquecerem" de dar crédito aos autores das músicas quando da execução. Seja nas projeções das letras das músicas em telão ou na impressão em folhetos. Nos dois casos, a obra aparece sem que se explicite a autoria das músicas. Convenhamos, neste ponto, os compositores estão certíssimos.

Até mesmo os blogueiros se ressentem quando outro blogueiro copia as suas matérias sem dar o devido crédito e link. Para para garantir estes direitos de propriedade intelectual existe o CREATIVE COMMONS, serviço adotado por todo editor de site de conteúdo minimamente preparado. O próprio blogueiro Walter McAlister faz uso deste serviço em seu blog a fim de proteger os seus direitos intelectuais, incluindo o artigo que deu origem a esta polêmica.

Dar os devidos créditos de autoria das músicas entoadas é o mínimo que se espera pelo direito moral do autor. As congregações falham muito neste aspecto. Segundo um compositor “de peso” que prefere ficar no anonimato: “Não passa pela cabeça de ninguém cobrar estes direitos de execução de músicas entoadas em cultos, mas quanto a divulgação da autoria, é uma questão de respeito e incentivo ao músico e pode render a este um reconhecimento importante para outros momentos de sua vida ministerial, dando oportunidade ao músico de receber convites, por exemplo”. 

Outro músico muito respeitado em nosso meio, mas que prefere não se identificar para não alimentar a polêmica disse: "Eu tenho livros e músicas publicadas. Os direitos de meus livros são doados à igreja e as músicas... Nem penso nisto. Não fiz para a minha honra e glória. Mas é chato você estar num congresso e ver sua música impressa e o autor dado por desconhecido.  Faço por gratidão a Deus e não me conformo de ver outra pessoa assinando um trabalho meu, como jáaconteceu diversas vezes."

Já o líder da Banda Resgate, Zé Bruno também condena a cobrança de direitos de execução pública de músicas em igrejas. “Não há lugar para isto. Isto seria uma corrupção do entendimento da missão da igreja e da natureza do culto ao Senhor. Estas cobranças devem ser restritas às finalidades visando lucro: Rádios, mesmo evangélicas, TVs, shows cobrando ingresso e outros.” 

Já em relação a eventos comerciais, Zé Bruno lembra que mesmo uma prefeitura ou governo estadual, se realiza um show público, com música secular ou gospel, estes recolhem ao ECAD, “como não poderia deixar de ser, afinal, está se obtendo lucro em cima do trabalho artístico do compositor e é justo que estes recebam uma parte rendimentos auferidos pelos empresários que organizaram o show”, avalia.

- As gravadoras? Também não

Não podemos aqui confirmar que esta seja a opinião de todas as empresas do ramo, até porque não ouvimos todas. Genizah conversou com alguns executivos de gravadoras nacionais e internacionais e colhemos a seguinte opinião consensual: Do ponto de vista moral, a cobrança é reprovável. Do ponto de vista econômico é uma temeridade e uma burrice, em bom português. Tudo o que a indústria fonográfica gospel espera (e deseja) é que as músicas de seu catálogo tenham ótima receptividade nas igrejas!


Maurício Soares, da Sony Music
Uma música de apelo congregacional é favorecida comercialmente com a popularidade nas igrejas. Se a música vai bem nas congregações, rende dividendos para o artistas em forma de CDs, DVDs e shows. A maioria dos sucessos fonográficos deste país “estourou” nas igrejas antes de ser um sucesso de mercado. De fato, algumas gravadoras, inclusive, incentivam ministros de louvor a fazerem uso de músicas de seu casting.


A Sony Music Gospel, por exemplo, pretende oferecer em lançamentos futuros, kits de cifras, vídeos e outros recursos gratuitos para o desenvolvimento e apoio aos músicos, facilitando o uso de suas canções pelos ministros de louvor. Maurício Soares, diretor executivo da gravadora declarou:

 “Particularmente acho que a igreja não deve ser cobrada pelo uso das músicas, mas precisam ser mais específicas quanto à autoria das canções. Também acho que em termos ‘autorais’ os eventos precisam pagar ao ECAD e não ficar pressionando os autores pela cessão ‘gratuita’. Também penso que as rádios evangélicas precisam pagar ao ECAD. Pelo que sei, apenas Rede Aleluia e mais umas 3 ou 4 emissoras tem esse costume saudável em nosso meio."

De um grande executivo de gravadora, ouvimos: “Engana-se quem acha que todas as gravadoras não estão atentas a estas questões. Incentivo fortemente a centralidade bíblica das canções, a humildade dos músicos e o seu desejo de não darem margem a idolatria, pois isto não tem lugar na Igreja. Fã clube de ídolo gospel e músicas sem coerência com a Fé têm prazo de validade. São alvo de rejeição.”, vaticinou o executivo.

Para quem é abençoado com a popularidade de seu trabalho nas igrejas, esta é uma alegria não apenas espiritual, mas é também um impulso na carreira”, opinou outro executivo de uma pequena gravadora especializada nacional.



O alvo da polêmica


Isentados todos os “suspeitos tradicionais” de mais este descalabro mercantilista na igreja evangélica, restou a esta reportagem levantar os fatos sobre a denúncia e a empresa denunciada.

A CCLI (site da empresa) está presente em muitos países. É também sabido que os cenários jurídico e econômico em relação ao tema é muito diverso mundialmente, então é preciso esclarecer e entender exatamente qual é a proposta dos serviços da CCLI no Brasil. Afinal, se o entendimento que está sendo amplamente divulgado na internet for verdadeiro teríamos um sério problema. A lei Nº 9.610 possibilita a cobrança pela execução de músicas em igrejas, contudo a empresa autorizado a fazer isto é o ECAD, que não exerce este direito. Ademais,  se a própria lei já desperta no legislativo o ensejo de revisão, estaria a Christian Copyright Licensing International tentando se aproveitar de um vácuo legal-factual para instalar um negócio explorando as igrejas?

Ao entrar no site da empresa alguns aspectos causam estranheza. Falta sensibilidade para a cultura nacional em alguns aspectos. Por exemplo, a empresa tem por slogan (traduzido para o português): CCLI - Incentivando o espírito de adoração! Ainda sem entender o propósito real dos serviços da empresa, desde já slogan é, para dizer o mínimo, infeliz. Alguns diriam, ser um acinte a promoção da ideia de que um músico cristão verdadeiro precisa de incentivo fiduciário para ser um adorador. Nós somos sabedores que há quem assim o faça... Mas enfim, a coisa já começa mal.

A reportagem do Genizah procurou a CCLI nas pessoas do seu gerente operacional, Daniel de Freitas e Jeff Harvey, gerente de relacionamento. Na oportunidade, Daniel de Freitas nos informou que está trabalhando na produção de um comunicado a fim de sanar as dúvidas provocadas pela polêmica.

Jeff Harvey (CCLI): Surpresa com a polêmica e desinformação
Jeff Harvey, estadunidense, recém mudado para o Brasil, missionário e filho de pastores, atua como gerente da empresa há mais de 15 anos. Tendo tido a oportunidade de participar do lançamento da CCLI em outros países, se mostrou surpreso com a polêmica. “Nunca vi uma situação como esta em um lançamento da CCLI. E olha que já estamos em quatro continentes. Há muita desinformação propagada nas redes sociais e nos ressentimos de não termos sidos procurados antes da publicação das críticas. Passei as últimas horas angustiado por conta das ofenças dirigidas a pessoas que, em nada, contribuíram para isto, são vítimas deste mal entendido também. Muitos deles músicos tão queridos e respeitados. Oramos muito, todos aqui, pelo entendimento das pessoas que nos criticaram e, sempre desejando o bem a todos, compreendemos o momento da igreja no Brasil, muito alarmada por tantas coisas negativas. Sabemos que quando se fala em direitos autorais no Brasil, logo se pensa em direitos de execução. A atividade da CCLI não é esta. Agradeço a este veículo por nos dar a oportunidade de esclarecer as coisas. É muito ético e profissional da parte de vocês ouvir todos os lados."

Genizah também entrevistou Daniel de Freitas:

- Genizah – A CCLI está querendo substituir o ECAD?

- Daniel Freitas por CCLI- Não queremos substituir o ECAD e esta nunca será nossa intenção. A atividade da CCLI não tem nenhuma relação com a atividade do ECAD. O ECAD cuida apenas da arrecadação e distribuição dos direitos de execução pública, ou seja, de músicas que são cantadas ou tocadas em locais públicos. No Brasil, esta atribuição é exclusiva do ECAD, conforme Artigo 99 da Lei Federal 9.610. Nenhuma outra entidade pode substituir o ECAD nesta área, a não ser que a Lei de Direitos Autorais seja alterada.

- Genizah - Vocês notificaram as igrejas do bispo McAlister a pagar por direitos de execução de musicas em cultos?

- Daniel Freitas - Não. De forma alguma. Esta informação tem sido divulgada de forma equivocada e imprudente. Nossa atuação não é esta. Para além de acordos com o ECAD, a cobrança pelo que é cantado ou tocado durante os cultos, inclusive, já foi julgada inconstitucional pelos Tribunais por ferir a liberdade de culto. Além disso, tramitam no Congresso Nacional diversos Projetos de Lei que pretendem alterar a Lei de Direitos Autorais brasileira para que as igrejas sejam expressamente isentas pelo pagamento de direitos autorais das músicas que são cantadas ou tocadas em seus cultos. A CCLI apoia esta proposta de alteração que, inclusive, segue a mesma direção da legislação já existente em outros países onde estamos presentes.

- Genizah – Nós vimos o material exibido nas redes sociais a partir do perfil do bispo Walter McAlister. Se tratava de uma notificação, uma cobrança?

Não. Nem notificação, tão pouco de cobrança por direitos de execução. A CCLI enviou propaganda. Informativos de conscientização sobre a Lei Federal 9.610. A CCLI não está notificando ninguém a recolher qualquer tipo de imposto. Inclusive, por ser inapropriado, o termo “notificação” nunca foi utilizado em nossos materiais. E, de mais a mais, quem cobra “imposto” é o poder público. Há muita desinformação neste episódio e os valores ali apresentados referem-se aos serviços que oferecemos.

- Genizah – E que serviços seriam estes?

Oferecemos às igrejas uma ferramenta prática e acessível para regularizar algumas de suas atividades na área de música, de acordo o Artigo 29 da Lei Federal 9.610. A Licença de Direitos Autorais, portanto, supre a necessidade de obter uma autorização prévia dos autores e permite que músicas possam ser utilizadas corretamente em materiais impressos, arranjos personalizados, sistemas de projeção ou bancos de dados, e também em gravações do louvor ao vivo em áudio ou vídeo. Além disso, a CCLI auxilia igrejas e autores participantes no processo de autorização de traduções e versões de músicas.


- Genizah - Fazendo um paralelo com o caso de livros e editoras. Eu tenho aqui em mãos um exemplar de “O fim de uma era” de Walter McAlister, lê-se logo na terceira folha: Editora Anno Domini, a editora do bispo, e abaixo, “Direitos desta edição estão reservados. É vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste livro.”. Ou seja, a editora conhece os seus direitos e o de seus autores e, que eu saiba, não anda distribuindo seu livro gratuitamente. Um exemplar custa R$ 27,90 na loja do bispo. O que me parece muito justo e correto. Se eu fosse autor de livros não gostaria de tê-los vendidos por outros, distribuídos gratuitamente, ou coisa assim... A menos que eu autorizasse isto. Ou seja, o mínimo que se espera é que peçam a autorização do autor da obra e, se concedida, que atribuam a autoria ao mesmo. É um direito moral. A CCLI, então se encarrega de obter esta autorização? Para que as pessoas entendam melhor, o exemplo é valido?

A CCLI funciona com base na mesma legislação que dá direito aos autores de protegerem suas obras contra eventuais usos indevidos (ex. plágio, distribuição ilegal, etc) ou de cobrar pela venda de um CD ou DVD de música ou de um livro produzido de forma independente ou por uma editora, por exemplo.

- Genizah- Então a CCLI se propõem a cuidar destas licenças, para a igreja que pretenda obter tais autorizações e usar a obra de terceiros da forma que você disse antes. Não se trata de cobrar por músicas entoadas em culto. Contudo, as igrejas são obrigadas a contratar o serviço da CCLI? A CCLI obriga ou apresenta os seus serviços como obrigatórios?

A CCLI nunca irá impor ou obrigar a participação de nenhuma igreja em seus programas. Por entenderem nosso real propósito, milhares de igrejas já tomaram esta decisão voluntariamente.

- Genizah- A CCLI fiscaliza igrejas?

Para ficar bem claro: Não fiscaliza, nunca fiscalizou e nunca irá fiscalizar!

Daniel Freitas, da CCLI
- Genizah- A CCLI obriga ou apresenta os seus serviços como obrigatórios?

Sabemos que, muitas vezes, a simples utilização do termo “direito autoral” acaba se tornando sinônimo de “ameaça” apenas por falta de conhecimento ou entendimentos equivocados. Toda comunicação oficial e todo material institucional da CCLI apresenta claramente qual o limite da cobertura legal que oferecemos às igrejas. O que é obrigatório está previsto na lei, e não na CCLI.

- Genizah - Daniel, uma última pergunta: A fim de tranquilizar as pessoas interessadas na correção, no proceder legal e na ação ilibada, como deve ser da parte de todo cristão, em especial temor quando se trata das coisas da igreja, que atividades seriam ilícitas às igrejas sem a devida licença dos autores, conforme a lei?

Muita coisa está mudando na música, antes gravada em LPs, K7s e VHSs, ainda distribuída em CDs e DVDs, e hoje compartilhada pela Internet com alguns clicks. E muita coisa ainda vai mudar... No passado a Igreja utilizava músicas em hinários, e a responsabilidade de produzi-los de forma legal, respeitando a legislação e o direito dos autores, era exclusiva das editoras que os publicavam.  Em todos os casos, quando a utilização é feita legalmente, o autor pode escolher se deseja receber ou não pela sua música, pelo seu livro ou por qualquer outra obra que a lei proteja. Mas quando a utilização é feita de forma irregular, o autor deixa de ter essa escolha. Hoje as igrejas utilizam músicas de tantas formas e nem sempre sabem que podem estar violando a legislação em alguns casos. “Montar” um CD para os ensaios do ministério de música, deixar de informar o crédito do autor de uma música ou então traduzir uma música sem autorização do autor original são apenas alguns exemplos de irregularidades. A CCLI “facilita a vida” das igrejas que se preocupam com estas questões e com o trabalho dos autores que vivem (ou não) do ministério da música. Com a Licença de Direitos Autorais da CCLI, por exemplo, a igreja pode regularizar a utilização de músicas em materiais impressos, arranjos personalizados, sistemas de projeção e em gravações ao vivo do louvor em CD e DVD.

Temos também o SongSelect, nosso portal que é uma alternativa àqueles sites “colaborativos” que publicam letras, cifras e também partituras sem muita qualidade e, em muitos casos, também sem autorização dos autores. Ainda que estes sites não cobrem por este serviço, milhões de reais (exatamente, milhões!) são faturados a cada mês com banners e anúncios publicitários sem que o autor receba nenhuma parte destes valores que são obtidos apenas porque a sua música estava sendo “divulgada”.

Muita coisa ainda vai mudar, mas nem a CCLI, nem eu, Daniel Freitas, estamos aqui para condenar ou apontar o dedo em nenhum destes casos! Mas como cristãos, temos a integridade como princípio, o que nunca irá mudar, e não podemos ser enganados por algo “que todo mundo faz”, “porque não tem muito o que fazer” ou “porque aquele cantor já está ganhando muito dinheiro”. Busque informações em fontes confiáveis, leia o texto da Lei de Direitos Autorais  e decida você mesmo o que quer fazer sobre este assunto. O mercado da música está “de olho” na música evangélica não porque é um dos únicos que ainda é possível receber alguma receita com a venda de CDs e DVDs originais, mas porque existe este princípio que não muda “por trás” do povo que ouve estas músicas. É por isso que igrejas, autores, músicos, cantores, ministérios, etc. devem sempre estar atentos aos seus direitos e obrigações para que não haja abuso e nem exploração daquilo que é justo e dos talentos que o Senhor deu a cada um. Quem sabe na próxima a gente possa conversar um pouco sobre mordomia na música?

-Genizah- Quem sabe em outra oportunidade. Mas já que você falou em dim-dim, a fim de remunerar os serviços da CCLI e pagar aos autores os seus direitos, caso a igreja realize as atividades relacionadas com o ministério de música que você enumerou acima e queira pagar o que manda a lei, quanto custa tal a licença?

Estamos falando de valores a partir de R$ 35,00 por ANO. Por questão óbvias, os serviços são cobrados em função do porte da congregação. No caso de uma igreja de 1.000 membros, são R$ 440,00 reais por ano. Não dá nem o preço de meio hinário simples por mês. E não se trata só de remunerar direitos dos autores. Decorre dai diversos serviços de qualidade como os relativos ao SongSelect. 





-Genizah-  Você pode nos informar quais são os outros serviços oferecidos por estes valores ou podemos conferir estas funcionalidades do tal SongSelect?


- Daniel Freitas - No site de SongSelect (AQUI).



A titulo de ilustração e para dirimir dúvidas, Genizah pesquisou os valores cobrados pelo ECAD em eventos musicais públicos. Em uma reportagem do Conjur vimos que a cobrança fica na casa de 90 mil reais em shows para mais de 15 mil pessoas. Não é o caso aqui, mas se estivéssemos falando de direitos de autorais de reprodução em eventos públicos, os tais 35 reais por ano não davam nem para a um “aleluia” mensal. E como está muito claro que não se está tratando de mercantilização do louvor, onde não importaria o preço cobrado, não há valor monetário para isto, conclui-se pela precipitação na questão.


Resumo da Ópera gospel


Malgrado o estado de constante tensão em que vivemos nestes dias onde a igreja é constantemente assaltada por mercenários da fé, é preciso ter cuidado com as informações a fim de não provocar um tumulto infundado.

Como atestou esta reportagem, os serviços da CCLI não envolvem a cobrança de direitos de execução e, de fato, esta informação está clara até mesmo na carta enviada a algumas igrejas. No ímpeto do protesto, o uso de termos “notificação” e “arrecadação” na denúncia do bispo McAlister não correspondem à verdade dos fatos. Notificação – judicial ou extrajudicial, pressupõem a cobrança obrigatória de um direito ou uma reinvindicação.

"As palavras 'pesam' " alerta o advogado Luiz Paulo Menezes. Acrescido do uso do temível substantivo “arrecadação”, arrepiam-se os cabelos de todos nós contribuintes ressabiados.  Menezes, esclarece: "O fato é que nem a CCLI está cobrando direitos, e, tão pouco, notificando judicialmente igrejas neste sentido. E vai mais: Independentemente de qualquer serviço ou licença que a igreja venha a contratar da CCLI , se o ECAD decidir mudar a sua política e passar a cobrar direitos de execução de música nas igrejas, o resultado de algumas decisões judiciais recentes poderia até inibir ou dificultar a iniciativa da demanda, mas o fato é que a lei dá espaço para isto e cabe ação. Teríamos de resolver este conflito.'" 

Menezes tem razão. Basta conferir a lei (AQUI). Contudo, o que esta reportagem apurou é que, verdadeiramente, TODAS as partes envolvidas nesta questão, incluindo a CCLI e o ECAD divergem da cobrança. O ‘comício’ criado não tem razão de ser e, para uma solução final, é necessário pressionar o legislativo para mudar a lei e garantir esta isenção de forma  permanente. Segundo Menezes, "a legislação atual - LEI Nº 9.610 em seu capítulo V artigo 46 - já oferece algumas isenções, ou seja situações em que o uso não constitui ofensa aos direitos autorais. A maioria destas está relacionada com atividades de jornalismo e educação. Portanto, basta incluir neste rol o uso nos serviços religiosos".

Quanto ao tipo de licença oferecido pela CCLI, esta diz respeito a outros usos, como vimos. O direito dos autores é garantido pela lei, caberá a cada igreja decidir se vai ou não reconhecer estes direitos e usar os serviços da CCLI para o devido repasse se, e somente se, entender que no seu caso específico tais usos da obra de terceiros se aplicam. Se a igreja imprime, edita, arranja a produção musical de terceiros, fica desde já ciente de que deveria pagar por isto. É uma mixaria, pouco mais de 3 reais por mês a ser dividido pelas centenas de autores de músicos das canções impressas, gravadas, arranjadas, editadas, etc. todos os meses nas igrejas; mas é do autor da música. E, fosse o preço que fosse, um centavo ou mil reais, não se trata de cobrança de execução de músicas em cultos. Nâo se está querendo por preço na adoração. Isto é que é importante.

 “Que o episódio sirva de lição. Eu mesmo já estava com 10 pedras na mão para atirar no primeiro cantor gospel que estivesse participando de cobrança para ter sua música tocada em cultos. Pra mim, que toco há 10 anos nos cultos da minha igreja, nas vigílias e acampamentos. sem cobrar nada (e com a minha própria guitarra!) isto seria um absurdo total. Depois de me informar, vi que não era assim. Acho que nestas horas, antes de divulgar listas de traidores da igreja, coisa que autoridade eclesiástica adora fazer, melhor seria investigar.” Comentou João Fernando musico da Assembleia de Deus em Recife, Pernambuco.

Com toda a vênia devida ao bispo McAlister, houve muita confusão de conceitos e precipitação. E, feita a denúncia, talvez nem mesmo o bispo tenha conhecimento das ofensas e inverdades proferidas na cadeia de boataria surgida nas redes sociais. Como desfazer a injustiça? É preciso humildade e serenidade para reconhecer os exageros.

 




Ficou claro para esta reportagem que a CCLI não está -ver prints acima– colocando em dúvida a natureza da igreja. Não se trata, como os fatos e a lei atestam, de cobrança para cultuar. Se isto fosse verdade, este site seria o primeiro a soltar uma bomba. “Nossa história atesta a ameaça, risos. Há muita gente atacando a igreja do Senhor Jesus. Fiquemos com as ameaças reais. Podemos dormir em paz e voltar amanhã nossos olhos para os verdadeiros lobos da igreja: os apóstolos, patriarcas, semi-deuses, jeovás juniores, gospelentos superpoderosos dos palcos e demais autoridades ungidas. ” – alfinetou Danilo Fernandes, editor do Genizah. 

Finalmente, outro aspecto relevante que, com certeza, muito contribuiu para esta celeuma foi a propaganda de péssima qualidade técnica (no aspecto comunicação) enviada pela CCLI a igrejas. O material é muito incisivo e alguns termos causam confusão, ainda que sem dolo, em especial para quem não é do ramo. Genizah teve a oportunidade de expor aos executivos da CCLI suas criticas em relação ao material. Deixamos claro que uma leitura menos atenta pode dar a falsa impressão de um tipo de cobrança mandatória e, na ausência de maiores esclarecimentos, gerar confusão de atribuições com o ECAD. Afinal, já há muita boataria sobre a possiblidade de cobrança de direitos de execução de musicas em igrejas, diante disto, ânimos já se exaltam e a dúvida ganha mais força.